Turismo » Hotéis de luxo registram taxa de ocupação recorde em BH Empreendimentos de melhor padrão registram taxa de ocupação recorde. Muitos não têm vagas para esta semana
Geórgea Choucair - Estado de Minas
Paulo Henrique Lobato - Estado de Minas
Publicação: 14/04/2011 06:00 Atualização: 14/04/2011 06:14
Quer se hospedar nos melhores hotéis de Belo Horizonte? Prepare-se, pois não está fácil reservar boas suítes. Nesta semana, quem for buscar um quarto em diversos hotéis de padrão mais elevado corre o risco de não encontrar vagas. Em alguns empreendimentos, as taxas de ocupação no primeiro trimestre foram as maiores dos últimos 10 anos. Nos hotéis de médio e alto padrão, têm variado entre 80% e 100%, bem acima da média do segmento hoteleiro da capital, que está hoje em torno de 65%. O aquecimento da economia e a vocação da cidade para turismo de negócios levam à procura pela hospedagem mais sofisticada. “A cidade tem o perfil de turismo de negócios. É natural que as empresas busquem os melhores serviços para seus funcionários”, afirma Rafaela Fagundes Vale, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG). No valorizado Bairro de Lourdes, o BH Platinum, um dos seis hotéis da rede Promenade na capital mineira, a taxa de ocupação supera os 90%, entre terça e quinta-feira, atingindo o pico de 100% em algumas semanas. O estabelecimento, que conta com 111 unidades e cuja diária da suíte luxo é de R$ 809, ainda mantém, em média, de 70% a 75% dos leitos reservados nos fins de semana. “BH virou foco de grandes negócios. Os bons resultados nos seis hotéis da rede também se devem aos eventos que ocorrem dentro das próprias empresas. Em média, 50 por mês”, comemora Frederico Nunes, subgerente comercial da rede, que conta com 650 leitos em BH. O lucro conquistado pela Promenade na capital mineira, onde desembarcou em 1991, levou o grupo a investir no sétimo hotel, que será inaugurado em 2013, na Avenida Prudente de Morais. Trata-se do Cidade Jardim Golden Flat, em parceria com a construtora Canopus, que vai abrir mais 323 leitos. “O empreendimento, de 21 andares, tem como grande destaque a construção em respeito às questões ambientais”, acrescenta Frederico. A taxa de ocupação também é alta no Liberty, onde, em média, 80% dos 94 leitos estão com hóspedes. Lá, a diária em apartamento standart fica em R$ 297. Já a suíte sai a R$ 609. Um dos motivos da alta ocupação, segundo a diretora do hotel, Silvana Capanema, é o endereço do empreendimento, na Rua Paraíba, na Savassi, em um dos quarteirões mais valorizados da cidade. “Outra justificativa é o fato de o Liberty, dentre os de luxo, ser considerado pequeno”, acrescenta a empresária, que é vice-presidente da Abih-MG. Alerta Apesar do bom momento dos hotéis luxuosos, Rafaela Fagundes, da Abih-MG, alerta que a chegada de novos empreendimentos – pelo menos 20 vão abrir as portas na capital nos próximos três anos – pode deixar o mercado ocioso se novas medidas não forem implantadas, como a construção do Centro de Convenções de BH, previsto para ser construído na Avenida Cristiano Machado, e a ampliação do Expominas. “De 2005 a 2008, uns 2 mil leitos deixaram de funcionar em BH. Cerca de 10 hotéis fecharam as portas, pois houve superoferta. Isso pode ocorrer novamente em 2013. Para ocupar estes apartamentos, é fundamental a conclusão tanto do Centro de Convenções quanto da segunda etapa do Expominas”, reforça Silvana Capanema. Negócios aquecem procura O Best Western Hotel Sol Belo Horizonte, na rua da Bahia, no Centro, tem padrão quatro estrelas e diárias que vão de R$ 230 a R$ 961 (suítes presidenciais). A taxa de ocupação no primeiro trimestre deste ano ficou em 80%. O crescimento foi de 22% em relação ao mesmo período de 2010, quando a taxa estava entre 68% e 70%. O público do hotel é formado principalmente por executivos e empresas que trabalham com treinamento. “A nossa taxa de ocupação está boa em função dos novos negócios que estão surgindo na cidade, com congressos e eventos. Nesta semana, por exemplo, o hotel está lotado. A ocupação é de 100%”, afirma a gerente-geral, Susana Diniz. O hotel conta com 88 apartamentos e também está com taxa de ocupação de 100% para o feriado da Semana Santa. “Muita gente vem visitar as cidades históricas e se hospeda aqui em Belo Horizonte”, analisa Susana. O Hotel Mercure de Lourdes, que conta com 379 apartamentos, tem taxa de ocupação média de 80%. Para incrementar a estadia no fim de semana, o hotel oferece a chamada diária cultural. O hóspede que apresentar um voucher/ingresso de apresentações culturais (cinema, teatro, shows, exposições) que estejam ocorrendo na cidade no sábado ou domingo, paga tarifa diferenciada na hospedagem. No Royal Center, em Lourdes, a taxa de ocupação está hoje entre 90% e 100%. O hotel conta com 177 quartos e preço de diária de R$ 199 a R$ 1.089 (suíte com sala e dois banheiros). No primeiro trimestre, a taxa de ocupação cresceu 10% em relação ao mesmo período de 2010. “Grande parte do nosso público é de negócios. E esse tipo de turismo vem crescendo muito. No início da semana, por exemplo, o hotel ficou lotado, com 100% de ocupação”, afirma Geraldo dos Santos Trindade, gerente-geral do hotel. Ele ressalta que a taxa de ocupação atual é a maior dos últimos 10 anos.